domingo, 21 de junho de 2009

DO NOME GUARÁ

DO NOME GUARÁ
Guará – do Tupi Guarani, é o nome que os nossos índios denominaram o Lobo Brasileiro, ou seja "Lúpus Brasiliense" como nome científico.
O "Lobo Guará" é um animal de médio porte, da família dos Lúpus, de envergadura alta e alongada, é carnívoro, não sendo felino, tem pêlos de muita beleza, cor marrom e orelhas foliares de forma ovalada, azul cinza por dentro e cauda curta.
Entre suas adaptações ao Cerrado estão as pernas longas que facilitam a locomoção e a visualização sobre a grama alta: suas grandes orelhas e audição aguçada permitem localizar com facilidades animais sob a vegetação.
É um animal tímido e se mantém afastado do ser humano. Todavia é comum aparecer nas fazendas atraídos pelo cheiro da comida, principalmente do arroz cozido ou por animais domésticos, como galináceos. Possui mandíbulas fracas e se alimentam de vegetais, frutas silvestres e pequenos animais (roedores, répteis, pássaros, ovos, peixes, rãs e insetos).
Na sua dieta é indispensável o fruto da Lobeira (Solanum lycocarpum), que serve como um vermífugo natural contra a parasitose renal, provocada pelo nematóide Dioctophyna renale. Na ausência deste fruto, o animal morre.
CULTURA
CASA DA CULTURA – Existe desde 1989. É considerado um pólo radiador da cultura local. Está vinculada à Administração Regional e é responsável pela promoção de shows, atividades culturais e eventos tradicionais da cidade. Promove cursos e oficinas. No período de fevereiro/2007 a maio/2008, a Casa da Cultura realizou mais de 200 eventos culturais nos diversos segmentos culturais:
- Oficinas de percussão – Grupo Batala;
- Oficina de Poesia;
- Cursos de pintura em “Óleo sobre Tela”;
- Cursos de Garçom;
- Cursos de Dança de Salão;
- Cursos de Dança do Ventre;
- Curso de Idiomas, através de acordo com o Rotary Clube Guará-Águas Claras e CCI IDIOMAS;
- Curso de Manequim – Produtora Carlos Pires e Prof. Lia Samara.
- Exposições permanentes de artesanato e artes plásticas de diversos artistas do Distrito Federal.

CURSOS DE INFORMÁTICA - DF-DIGITAL
Desde 2007 oferece à Comunidade diversos cursos de informática através da Secretaria de Ciência e Tecnologia/DF Digital. Todos os cursos são gratuitos e já formou mais de 1.000 alunos, com entrega do respectivo diploma. O funcionamento é de 08h às 22h de segundas às sexta feiras; os alunos recebem orientação on line através de provedor contratado especialmente para orientação e desenvolvimento intelectual.

SARAUS POÉTICOS
São realizados a cada dois meses exceto nos meses de férias escolares, na Casa da Cultura. Muitos artistas locais já se apresentaram, entre eles:
POETAS - Daniel Pedro, Thomaz Coelho, Mangueira Diniz, Dijair Diniz, Lucio Vasconcelos, Nicácio da Silva, Adison do Amaral, Adilson Cordeiro Didi, Deliane Leite, Sandra Fayad, Lurdiana Araujo, Nicolas Behr, Lilia Diniz, Gelli, Cacá da Tribo das Artes, Anabe Lopes, Bath Jardim, Miria Cleire, Jorge Amancio, Gustavo Dourado, Stella Rodopoulus, D´Paula, José Maria Pessoa, Thaís Cristina, Rafael Souza, Álen Guimarães, Adeilton Lima, Meneses Y Morais, dentre outros.
MÚSICOS - Grupo Batala, Max Mansur, Max do Sax, Hamilton da Gaita, Marcelo José, Coral das Gerações, Coral Espaço Sonoro, Maria Clara, Lucian Lorenz, Paulinho Moreno, dentre outros.
ATORES – Grupo Arte e Sonho, Jirlene Pascoal, “Felomena”, Bando Cênico.
DANÇA – Cia. Patty Ballet, Grupo do Centro de Ensino nr. 04-Guará, Cris Kalila-Dança do Vente, Dança Cigana.
LANÇAMENTOS DE LIVROS
- Carpe Diem, de José Maria Pessoa;
- O homem de Ibiapava, de Thomaz Coelho;
- Livros do escritor D´Paula;
- Livro de Nicácio da Silva;
- Perdido no mundo, de Saeed...
- Meus Rastro Poemas, de Adilson Cordeiro Didi;
- Algo tão doce – poesias infantis para colorir, idem.
DESFILE DE MODAS – Produtora Carla Pires.
ARTES PLÁSTICAS – José Maria Pessoa, Majô, Daniela, Maju, Chilon,
ARTESANATO – Associação dos Artesãos do Guará.
CINEMA - Exibição de curtas metragens;

GRUPO GUARARTE DE POESIA
É formado pelos poetas Adison do Amaral (Presidente da Academia dos Trovadores de Brasília), Thomaz Coelho, Daniel Pedro, Lurdiana Araujo, Sandra Fayad, Deliane Leite, Dora Duarte, Adilson Cordeiro Didi, Nicácio da Silva. O Grupo sempre se apresenta em conjunto ou em parte, nos diversos pontos do Distrito Federal.
Principais apresentações: Projeto “Proesia” da UnB, UNIP, Caic-Núcleo Bandeirante-DF, Casa do Cantador da Ceilândia-DF, Bar Butiquim Blues/Tribo das Artes-Taguatinga-DF, Açougue Cultural T-Bone, Sebo do Conjunto CONIC-Projeto Poesia de Segunda (em todas as segundas, segundas feiras do mês), Primeira Bienal de Poesia de Brasília, etc.

GRUPO BATALA DE PERCUSSÃO
Criado originalmente em Paris-França, o Grupo se espalhou pelo mundo e tem “filiais” em 08 países. O Batala do Brasil, sediado no Guará-Brasília(DF) se apresenta em eventos culturais diversos e participa da “Lavagem do Bonfim” em Salvador-BA no mes de janeiro. Apenas duas filiais são formadas somente por mulheres: Washington-EUA e Brasília. Participou do desfile da Independência, de comercial do aniversário de Brasília e até da posse do Presidente Barack Obama, em conjunto com várias filiais, organizado pelo Batala sediado nos EEUU. Organiza ainda oficinas de percussão com o objetivo de valorizar as mulheres carentes, ensinando músicas próprias. Todas as componentes são voluntárias, canalizando uma parte do tempo para esse importante trabalho social.

BIBLIOTECA PÚBLICA DO GUARÁ
Está localizada nas instalações da Casa da Cultura e conta com um acervo de aproximadamente de 8.000 exemplares, permanentemente atualizados. Após 06 meses de trabalho, a informatização do acervo está em fase final de conclusão, o que facilitará sobremaneira a pesquisa e a utilização dos compêndios. Atualmente a Biblioteca Pública do Guará é muito freqüentada por grupos de “concurseiros”.

TELECENTRO
O início de operações está previsto para até setembro de 2009. Será oferecido à população o serviço de Internet Comunitária, podendo os usuários acessar outras bibliotecas interligadas. A Casa da Cultura recebeu 10 computadores para formar o Telecentro, além de outros 05 para a área administrativa da Casa da Cultura, fruto de convênio celebrado entre a Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal e Ministério da Ciência e Tecnologia. Todas as máquinas são novas e estão aguardando apenas a ligação do ponto de internet à Casa da Cultura e pequenas reformas no espaço reservado para a finalidade.

ARCO DA CULTURA
Localizado ao lado da Feira Permanente do Guará, são realizados no local, shows musicais, apresentações teatrais e atividades diversas para a comunidade. Ultimamente foi todo repintado com motivos culturais nas paredes.
Principais apresentações: Márcia Freire, Trem das Cores, Bruno & Adriano, Brazilian Blues Band, Grupo Batala, Boi Bumbá do Seu Teodoro, Boi Bumbá do Maranhão, Coral do UniCeub, Coral do Espaço Sonoro, Renato Borghetti, dentre outros.

ESTACIONAMENTO DA FEIRA DO GUARÁ
Show do Pianista Arthur Moreira Lima – maio/2007.

SALÃO DE MÚLTIPLAS FUNÇÕES
Após a reforma finalizada em 2008, passou a ser um dos maiores espaços culturais do GDF. No local são realizados cursos, ensaios teatrais, recepções de casamentos, festejos de formaturas e eventos diversos da sociedade guaraense, tais como a Festa do Divino do Guará e Encontro dos Maranhenses e dos Mineiros do Município de Tiros. Ultimamente foi palco de grandes nomes do cenário musical nacional, tais como Paulinho Pedra Azul, Getúlio Cortes (compositor de “Negro Gato”) e Jerry Adriani, ídolo da Jovem Guarda, quando foi registrado o maior público presente de aproximadamente 2.000 expectadores. No local também são realizados os “Bailes da Cidade”, quando se comemora os aniversários do Guará, ocasião em que a sociedade guaraense se diverte, ao som dançante de uma Banda da Cidade.

TEATRO DO GUARÁ
O Antigo Auditório do Guará – Foi recentemente reformado e transformado no TEATRO DO GUARÁ, com inauguração em 17.12.2008, na presença do Exmo. Sr. Governador José Roberto Arruda, ocasião que recebeu a Cantora Guaraense Célia Porto, acompanhada pelo maestro e pianista Renio Quintas e ainda com a apresentação do Coral do Metrô, numa excepcional apresentação musical em conjunto.
Atualmente está sendo palco de apresentações da peça Teatral “Pais & Filhos”, de autoria de JL Proença com direção de Thomaz Coelho, estrelado pelo Secretário de Justiça e Cidadania do Distrito Federal, Deputado Distrital Alírio Neto. A peça conta a história real de um pai que viu um dos seus filhos envolvido com o uso de drogas ilegais. Conta a trajetória maligna desse inferno e luta com todas as forças e recursos para a salvação do menino, com um final cheio de emoção. O Deputado Alírio Neto canaliza grandes esforços para que a sociedade seja esclarecida do perigo da primeira experiência com drogas, quase sem retorno, contribuindo assim para o saudável convívio familiar no Distrito Federal, por pretender realizar apresentações em teatros de toda a região. Além do espetáculo Pais&Filhos, o Teatro do Guará já recebeu excelentes apresentações, tais como o Ator e Diretor Claudio Falcão, Bando Cênico, Cara D´Palco, com a Gerência de Cultura se esforçando para outras boas apresentações no local.

TEATRO DE ARENA
É um magnífico espaço cultural! Foi construído há mais de 20 anos nos moldes dos teatros de arena da antiguidade e tem capacidade para 8.000 pessoas sentadas. É palco para grandes eventos, com facilidade de estacionamento nas proximidades do Ginásio de Esporte e Estádio de Futebol. Além das arquibancadas de concreto, possui uma pista central com diâmetro de aproximadamente 40m. Recebeu grandes apresentações, tais como do cantor e compositor Alceu Valença, primeiras apresentações da Banda Legião Urbana, ainda no principio da sua formação. Sediou também eventos, tais como os Arte e Cultura, de música, hip hop, ROCKAVE e show em comemoração aos 25 anos de existência do Grupo Musical “Raimundos”. Necessita de uma boa reforma, nos camarins, banheiros, tribuna de imprensa e redes elétrica e hidráulica. Há notícias de que o local fará parte da Vila Olímpica que o GDF irá construir, com adaptações para apresentações esportivas e culturais.

COLETÂNEA POÉTICA DO GUARÁ
Atualmente, a Gerência de Cultura e Educação está organizando a Primeira Coletânea Poética do Guará, com tema livre, aberto a todos os poetas, como parte das comemorações do 40º Aniversário do Guará. A obra será lançada no mês de agosto vindouro, de modo a que possa participar da próxima Feira do Livro de Brasília, a ser realizada em setembro/2009.
Cada participante deverá apresentar:
1 - Um poema com até 28 linhas.
2 - Currículo com até 08 linhas.
3 - Foto escaneada para publicação no livro.
4 - Depósito de R$ 100,00 (cem reais), na Conta de Poupança:
- Caixa Econômica Federal Agência Guará nº 0643
- Conta nº 15.877-0 - Operação 013
● DATA LIMITE P/ PARTICIPAÇÃO: 30.06.2009;
● Tem o objetivo também de divulgação e integração da Comunidade Literária.
● Poderão participar da Antologia todos os poetas de Brasília (DF).
● Limite máximo de 100 autores.
● Tiragem inicial de 1.100 (hum mil e cem) exemplares.
● Cada autor receberá 10 (dez) exemplares que poderão vender ao preço de R$ 20,00 a unidade.
● A obra será registrada no Órgão responsável pelo registro dos Direitos Autorais do Ministério da Cultura, conforme legislação vigente.

SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA
A Secretaria de Cultura já promoveu diversos eventos no Guará, tais como:
a) “Encontros Culturais”, em novembro/2007, ocasião em que o Guará recebeu 24 atrações de mais 04 cidades, no total de 30, contando com as daqui. O Guará participou ainda de “Encontros Culturais” em Sobradinho e Núcleo Bandeirante, com 06 grupos culturais em cada evento.
b) Festa Junina do Guará, em julho/2008;
c) “Um piano na estrada”, com Arthur Moreira Lima;
d) Cantatas de Natal em 2007 e 2008;
e) Roda de Leitura em abril/2009;
f) Outras apresentações como contra partida por convênios de diversos grupos culturais.
Obs.: O próximo evento de grande porte será o “Cultura nas Cidades” que deverá acontecer em setembro/2009, cuja divulgação deverá acontecer oportunamente.


O POETA DIDI
Adilson Cordeiro Didi, 56, natural de Pirapora-MG, margem direita do Rio São Francisco, casado, pai de duas filhas, é morador de Brasília-DF desde 1970, Aposentado do Banco do Brasil, atualmente exerce o cargo de Gerente de Cultura e Educação do Guará-DF, cujas funções desempenha com alegria, prazer e o firme propósito de disseminar a poesia e a cultura em geral a todas as camadas da população.

LIVRO “ALGO TÃO DOCE – POESIAS INFANTIS PARA COLORIR”
Na primeira participação na Feira do Livro em 2006 (em Brasília-DF), quando foi editado o livro de poesias intitulado Meu Rastro, havia muitas crianças em rodas de leituras e nas brincadeiras literárias. Percebendo a necessidade de se aumentar a oferta de poesias infantis, o autor entrou nesse mundo, participando mais das conversas, festinhas e até representando um palhaço, no dia 12.10.2006, em um clube da cidade.

Já no livro “MEU RASTRO – POEMAS”, brinca com temas cotidianos, aparentemente sem maior importância aos olhos dos subjetivistas, como neste verso singularmente sonoro e lírico que inicia um de seus poemas “Chuva”, onde o poeta brada “Oh chuva que cai, lava a alma do dia./ Chuva linda, amena, morna da tarde/ respingos do amor que ainda arde/ desafoga meu peito que há pouco fervia...”.

Com esse estilo peculiar, tão próprio, o autor, a seu modo, de alguma forma nos re-ensina a descobrir nas palavras simples e despojadas, com alguns poemas recheados de aprazível frescor juvenil, um universo de significados, porque carregadas de sentimentos e espontaneidade.

HISTÓRIA DO GUARA

HISTÓRIA DO GUARÁ
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História do Guará
Dom, 12 de Abril de 2009 21:02
Era para ser apenas uma vila.
O projeto inicial do prefeito de Brasília, Plínio Catanhede, era criar uma vila de trabalhadores mais próximo possível do Plano Piloto. Inicialmente, seriam construidas apenas algumas quadras ao lado do Parque do Guará e do Córrego Guará, em sistema de mutirão, em que os interessados participavam das obras e depois tinham direito ao sorteio. O mutirão construiu as QEs/QIs 1, 3 e 5. Com o aumento do interesse de outros servidores públicos e a demanda dos órgãos públicos que estavam sendo transferidos para Brasília, o governo resolveu construir mais casas, desta vez através da SHIS, financiadas pelo BNH.Quando foi oficialmente inaugurada em 5 de maio de 1969, o Guará tinha 2.623 casas construídas e 1.021 em construção. A partir daí, a SHIS, criada pelo prefeito da época Wadjô Gomide para atender a classe mais pobre com residências, começou a construção de outras 3 mil casas, que somadas àquelas do mutirão, constituiu o núcleo inicial do Guará I.A área inicial do Guará era de 2,994 quilômetros quadrados, mas foi aumentada em 1971 para 5,136, totalizando 8,1 quilômetros quadrados. A cidade continuou crescendo além das quadras iniciais até atravessar a pista central, ocupando o outro lado do Guará I.Com a necessidade de transferência de mais servidores do Rio de Janeiro para Brasília, o Governo Federal fez parceria com o GDF na criação do Guará II, assumindo a construção de quadras inteiras ou partes, como é o caso da QE 13, para abrigar funcionários do Senado e a QE 24 para os servidores do Ministério das Minas e Energia, QE 17 para funcionários dos Correios. Em 1985, o então governador José Ornellas, já no final do seu governo, criava a QE 38 para assentar as 523 famílias que viviam nas favelas Vila União, Vila da CEB, Vila Socó e Guarazinho. Dois anos depois chegaram as famílias da invasão da 110 Norte.Em 1987 a cidade aumentava sua população com a inauguração da Quadra Lúcio Costa, idéia do então governador José Aparecido, em homenagem ao seu amigo autor do projeto urbanístico de Brasília. Em 90, mais de 400 famílias eram assentadas nas QEs 42 e 44. Em 97, era ocupada a QE 46, no finalzinho do segunda gestão do Governo Roriz, mas a maioria dos contemplados era de apadrinhados do governo e não de baixa renda como previsto.
Ao idealizarem um núcleo habitacional que pudesse abrigar funcionários públicos de menor renda da União, que estava sendo transferidos para a nova capital, também do GDF e mais os trabalhadores do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), o então prefeito de Brasília, Plínio Catanhede, e o presidente da Novacap, Rogério Freitas Cunha, certamente não imaginaram no que seria transformada o projeto no futuro.
Passados 40 anos, o despretencioso mutirão se transformou numa das mais importantes regiões administrativas do Distrito Federal.A escolha estratégia do local, que fosse próximo do Plano Piloto e do SIA, transformou a cidade numa das áreas mais valorizadas do DF, porque está no eixo entre o núcleo do poder e as outras principais regiões adminitrativas. Por ainda conservar características de cidade do interior e oferecer ótimo padrão de serviços públicos e estar a apenas cinco quilômetos da Asa Sul e a menos de dez quiolômetros do Aeroporto e ao lado das principais acessos a Brasília, a cidade do Guará se transformou no berço da classe média na capital.Houve, com o tempo, uma seleção econômica de sua população. Os pioneiros que ajudaram a construir suas próprias casas ou as receberam prontas e financiadas pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), através da Sociedade de Habitação de Interesse Social (SHIS), ou melhoraram de faixa econômica e permaneceram ou as venderam. Os sintomas dessa valorização é o preço do metro quadrado dos imóveis do Guará, considerado o segundo mais caro do DF, ficando abaixo apenas do Sudoeste. Enquanto um lote residencial de 800 metros na melhor quadra do Lago Sul por exemplo custa em torno de R$ 500 mil, um de 200 metros no Guará não sai por menos de R$ 150 mil. Na média, o metro quadrado do Guará custa R$ 750, enquanto o do Lago fica em R$ 625. E esse fenômeno da valorização não foi esvaziado como se previa com a demanda nos condomínios. No último ano, a valorização dos imóveis do Guará variou de 5% a 10%.A renda média do guaraense é de 6,4 salários mínimos (cerca de R$ 2,4 mil),a sexta do DF, atrás do Plano Piloto, Lago Sul, Lago Norte, Sudoeste, Cruzeiro Octogonal. É, por outro lado, a segunda familiar (de todas as pessoas da família que trabalham), de 20,7 salários mínimos (mais de R$ 7.8 mil) perdendo apenas para o Lago Sul. É, ainda a terceira média de veículos por residência, abaixo do Lago Sul e Plano Piloto - 43% da população tem um automóvel e 22% tem dois ou mais - de acordo com a Codeplan.A Região Administrativa X chegou a ter o maior PIB do DF, mas ficou enfraquecido com a desvinculação do SIA, Ceasa e Sof Sul desde 2005. A região perdeu também metade do seu território, que era originalmente de 43 quilômetros quadrados. O novo mapa do Guará inclui a área urbana (Guará I e Guará II), colônias agrícolas Vicente Pires (do lado do Jockey Club), Águas Claras, Bernardo Sayão e IAPI, o Parque do Guará e ainda Setor de Oficinas Sul, Setor de Garagens Sul, CasaPark, FreePark, Carrefour Sul e ParkShopping.A população oficial é de 117 mil habitantes de acordo com o último censo do IBGE, mas com o a quantidade eleitores da Nona Zona Eleitoral chegou aos 100 mil, estima-se que a população já tenha ultrapassado a casa dos 120 mil habitantes. Desse total, 53,9% são mulheres (65 mil).
A área territorial da Região Administrativa do Guará, a RA X, foi ampliada dos 8,1 para 44 quilômetros quadrados em 1987, com a inclusão do Setor de Indústria e Abastecimentos, Ceasa, Terminal de Cargas, Setor de Oficinas Sul, Carrefour Sul e ParkShopping.Com a incorporação desses setores, a Região Administrativa do Guará passou a ser a mais forte economicamente do Distrito Federal, superando Taguatinga e Gama. Em 2001, ficou ainda mais fortalecida com a implantação do Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA), que incorporou a Vila Estrutural, onde vivem cerca de oito mil famílias, e a Cidade do Automóvel, para onde foram transferidas cerca de 400 agências de automóveis.Mas, logo depois começaram as pressões para desvincular também o SCIA, que há muitos anos desejava sua autonomia, por questões políticas. No final de 2003, a Câmara Legislativa aprovou e o governador Joaquim Roriz sancionou a lei que criava a Região Administrativa do SCIA, incorporando a Vila Estrutural, que também era área de jurisdição da Administração do Guará. A alforria do SCIA animou os empresários do SIA e políticos que pretendiam abrir outro espaço eleitoral. Como não foi possível superar a pressão política, no início de 2005 foi aprovada a criação da nova região administrativa, retirando do Guará sua maior força econômica. Enquanto perdeu uma importante fatia econômica, a cidade ganhou outra, embora de menor dimensão. Com a criação do Pólo de Moda, cerca de 400 empresas foram instaladas na cidade, com previsão de gerar, quando estiver consolidado, cerca de 4 mil empregos diretos, o que acabou não consolidando totalmente porque o setor optou por especular com o mercado imobiliário e transformou-se no paraiso das quitinetes.
Reserva verde
O fatiamento da Região Administrativa X não atingiu o Parque do Guará, uma importante área verde de 13 hectares, ainda parcialmente ocupada por chacareiros.Desde 1993 o governo tenta limpar e restaurar a área, mas esbarra em resistência dos ocupantes, respaldados por ações na Justiça ou por interferências de políticos.Há quatro anos, mais de 200 famílias ocupavam parte do parque - a Reserva Ecológica entre o SIA e o Lúcio Costa está controlada - mas hoje restam pouco mais de 70 chacareiros.O Plano Diretor do Parque foi elaborado em 1993, e prevê a construção de trilhas na parte ecológica, pistas para caminhada e corrida, piscinas de águas naturais, fontes, restaurantes e parques de diversão, quadras esportivas etc.
Aprovado no final de 2007, o Plano Diretor Local é o norte do crescimento do Guará. Além de definir normas para o crescimento ordenado da área constituída, o PDL prevê a criação de novas áreas residenciais e empresariais para os próximos 30 anos.Da forma como foi aprovado, depois de intensas discussões na Câmara Legislativa, o PDL prevê um crescimento da população em mais 55 mil habitantes nos próximos 30 anos, de acordo com cálculos do governo, bem longe dos 180 mil anunciados pelos deputados distritais que se opuseram à aprovação do projeto na Câmara Legislativa.A maior parte desse novo contingente virá com a criação do Setor Residencial Jockey Clube e com seis novas quadras entre as QEs 38, 42, 44 e Colônia IAPI, de dois centros comunais na via central do Guará II, com edifícios mistos de residência e comércio, e o Centro Metropolitano, que vai aproveitar a área entre o Guará I e o Guará II com atividades empresariais e residências. O restante é por conta do crescimento vegetativo - o aumento da família.Um estudo divulgado pela UnB após a votação do substitutivo indica que a população do Guará deverá aumentar em 35 mil pessoas nos próximos 8 anos, independente do PDL.Foi rejeitada a proposta do governo de aumentar o gabarito da cidade, que passaria dos atuais 26 metros para 30 metros, o que poderia elevar a altura dos edifícios para até 11 andares.

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O homem que criou o Guará
Sex, 03 de Abril de 2009 20:20
Os 120 mil habitantes do Guará devem o privilégio de morar numa das regiões mais valorizdas e mais bem valorizadas do Distrito Federal a Rogério Freitas Cunha. Foi o então presidente da Novacap que teve a idéia de criar, e depois projetou e acompanhou a implantação do novo assentamento, que começou com um mutirão em 1967.
Quando o Guará foi criado, o prefeito do Distrito Federal era Wadjô da Costa Gomide. Porém, antes de ser prefeito, ele tinha sido subordinado a Rogério Freitas Cunha. Rogério era chefe dos subprefeitos (uma espécie de administradores regionais da época) e Wadjô era o subprefeito do Núcleo Bandeirante.Nos contatos que mantinham constantemente, Rogério dizia a Wadjô dos planos de um dia promover um grande mutirão em Brasília, onde pudesse ser utilizado também a cibernética, seu hobby, ou seja, onde o computador pudesse ajudar de alguma forma.Logo depois, Wadjô Gomide foi indicado superintendente da SHIS, e começou a planejar também um local próximo onde pudesse abrigar a grande massa de funcionários que estava sendo transferida para Brasília, além da que já estava aqui.Quando Wadjô Gomide assumiu a Prefeitura do DF, imediatamente procurou Rogério Freitas Cunha e disse a ele que essa cidade para os funcionários seria a do mutirão. Rogério passou então a executar, já como superintendente da Novacap o seu grande sonho. Poucos acreditavamO início do mutirão foi muito difícil. Havia uma descrença geral no projeto, inclusive dentro da própria equipe do governo do DF, mas o mutirão para Rogério Freitas Cunha já estava predeterminado.“Era o meu sonho. Eu faria o mutirão até dentro d’água”, disse ele ao Jornal do Guará em 1984.O local mais próximo e mais adequado seria o da Vila Guará, ao lado do córrego do mesmo nome e ao lado. Como a idéia era dar suporte em termos de moradia ao Setor de Indústrias e Abastecimento, foi este o local escolhido.Para começar o mutirão, Rogério Freitas reuniu 100 interessados dentro da Novacap, e entre eles escolheu 30 para começar o mutirão “Depois que todos virão o que estávamos fazendo, recebemos tantas adesões que tivemos que deixar de cadastrar muita gente”, contou ele ao JG.À medida que o mutirão ia tomando corpo, as modificações iam aparecendo, inclusive por sugestão dos próprios participantes.“Tudo aquilo era uma maravilha. Era lindo ver as pessoas se ajudando mutuamente, com o único objetivo de ver o bem coletivo. E interessante era as contribuições de cada um, com ideias, com novas propostas e com trabalho. O projeto inicial do que seriam as casas foi muito modificado pelos pioneiros, baseados nas suas experiências, que para nós, eram muito importantes”, dizia. Como o mutirão cresceu muito mais do que acreditava, Rogério Freitas Cunha passou a ter alguns problemas pelo fato de ser ele o autor e executor da ideia. Talvez estivesse mais em evidência do que outros hierarquicamente superiores. Teve que afastar-se da Novacap. Contrariado por deixar sua filha ainda sem criar, foi estudar informática nos Estados Unidos.
DedicaçãoAté nos fins de semana Rogério participava do mutirão. Sem as obrigações do gabinete, ele passava o sábado e o domingo conversando e participando do trabalhos dos pioneiros.Quando cada fileira (conjunto) de casa ficava pronto, Rogério reunia os participantes e colocava o nome deles num inseparável chapeu de palha. À medida que iam sendo sorteados, os participantes do mutirão escolhiam suas casas.
Lagoas de oxidação foram desativadas em 1992
Qui, 26 de Março de 2009 04:54
Há 17 anos, os moradores do Guará ficaram livre de um problema que incomodava o olfato e a pele. Em dezembro de 1992 foram desativadas três lagoas de oxidação em volta da cidade, que exalavam mau cheiro e produzia uma enorme quantidade de pernilongos.No dia 21 de dezembro de 1992, o então governador Joaquim Roriz, o administrador do Guará Heleno Carvalho, e o secretário de Obras, José Roberto Arruda, acionaram a abertura das comportas das lagoas de oxidação, transferindo todo o esgoto acumulado para a usina de tratamento da Caesb, no Lago Sul. Para que isso fosse possível, o governo construiu um duto para levar o esgoto diretamente para recém inaugurada usina de tratamento. Logo depois de desativadas, as lagoas foram aterradas com a terra retirada das escavações para a implantação do metrô.As três lagoas de oxidação - uma ao lado da QE 36, outra na QE 38 e a terceira no Sof Sul - foram criadas em 1970, com a inauguração da cidade, porque eram a única alternativa para recolher o esgoto produzido pelos moradores. Na época, a cidade tinha apenas 30 mil moradores, mas com o aumento brusco da população para 100 mil habitantes em apenas 20 anos, as lagoas passaram a ser um transtorno para a população. Os imóveis estavam sendo desvalorizados porque muitos não suportavam mais o ataque dos mosquitos e o mau cheiro do esgoto. A desativação das lagoas tinha uma das promessas de campanha de Roriz para o governo do DF. Como a desativação era a principal reivindicação dos guaraenses na época, o dia 21 de dezembro de 1992 foi marcado por uma grande festa, com a presença de cerca de 3 mil pessoas. A solenidade reuniu políticos, como o senador Valmir Campelo Bezerra, os deputados federais Osório Adriano e Eurides Brito, os distritais Tadeu Roriz, Peniel Pacheco, Jorge Cauhy e Manoel Andrade (Manoelzinho) e várias lideranças comunitárias do Guará.

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